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Sobre 𝕰𝖒𝖎́𝖑𝖎𝖔 𝕯𝖆 𝕾𝖎𝖑𝖛𝖆 𝕹𝖊𝖙𝖔.
Herdei do meu avô, Prof. Emílio Da Silva, uma ‘fome’ de aprendizado sistemático e progressivo. Ele, que morreu aos 99 anos, multifacetado, teve mais de 20 profissões diferentes, era leitor inveterado e trabalhou lucida e alucinadamente até os últimos dias. Seu filho, Eggon João Da Silva (o ‘E’ da sigla), liderou o fenômeno WEG até a última semana. Menos de dois meses, em 15.07.2015, antes de seu passamento em 13.09.2015, o entrevistei para o meu Doutorado e, até hoje, só de lembrar a sua ‘iluminação celestial’, meus olhos transbordam de lágrimas.
Consonante com esta insaciedade intelectual é que me dispus, com 59 anos de idade, a ter um trimestre sabático na Universidade de Wiesbaden (Alemanha) e iniciar o meu Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento (*), concluído em 22.02.2016, bem como a “fazer” (2022-2023) um Pós-Doutorado em Gestão de Conhecimento Organizacional (**), na Universidade do Porto (Portugal). Também me inspirei nesta lição abaixo, relativa a um Plano B para a melhor idade:

A História da Águia
A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie, chegando a viver setenta anos.
Mas, para alcançar essa idade, aos quarenta anos ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Nessa fase, suas unhas estão compridas e flexíveis, dificultando a captura de presas, das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva, e suas asas, envelhecidas e pesadas devido à grossura das penas, tornam o voo extremamente difícil.
Então, a águia tem apenas duas alternativas: morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação que dura cento e cinquenta dias.
Esse processo consiste em voar até o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não precise voar. Após encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico contra uma parede até conseguir arrancá-lo.
Depois de arrancá-lo, espera que nasça um novo bico, com o qual, posteriormente, arranca as unhas. Quando as novas unhas começam a crescer, ela passa a arrancar as velhas penas. Somente após cinco meses ela realiza seu formoso voo de renovação, pronta para viver mais trinta anos.
Em nossa vida, muitas vezes, precisamos nos resguardar por algum tempo e iniciar um processo de renovação. Para continuarmos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e velhos hábitos que nos causam dor.
Somente livres do peso do passado podemos aproveitar os valiosos resultados que a renovação sempre traz.
Sobre
Tese de Doutorado: Estratégias para Sustentabilidade em Empresas Familiares
DA SILVA NETO, Emílio. Compartilhamento do Conhecimento Tácito (**) no Processo de Sucessão Empresarial Familiar. Tese de Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento – Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, em convênio com a University of Applied Sciences – Hochschule RheinMain, Wiesbaden, Hessen, Alemanha. Defesa da Tese em 22/02/2016.
Resumo da Tese:
Acesse aqui
A sustentabilidade de uma empresa, especialmente familiar, depende, cada vez mais, da convergência entre a sua capacidade organizacional de gestão dos negócios e a sua capacidade de adaptação estratégica às exigências do mercado, ou seja, das mudanças organizacionais, em termos de gestão e governança, necessárias para garantir a sustentabilidade do negócio. De fato, as empresas que não mudam tendem ao fracasso. Todavia, apenas mudar não basta; o foco da mudança deve ser a sustentabilidade do negócio.
Essa afirmação se torna mais evidente quando se trata de um processo sucessório organizacional, momento no qual deve ocorrer não somente a mudança de gestão e de governança, mas sobretudo o compartilhamento e a construção conjunta de conhecimentos, principalmente os tácitos, entre o sucedido e o sucessor, para garantir a sustentabilidade do negócio.
A tese apresenta algumas práticas de sucesso no compartilhamento sinergético do conhecimento tácito durante o processo de sucessão da gestão empresarial. Essas práticas são analisadas com ênfase nas barreiras e facilitadores identificados em uma ampla revisão da literatura e validados por meio de pesquisa de campo realizada com quatro grandes empresas de Jaraguá do Sul. Foram realizadas entrevistas confrontadas entre sucedido e sucessor nas seguintes empresas: Weg (Srs. Eggon+ e Décio), Duas Rodas (Srs. Dietrich e Monika), Malwee (Srs. Wandér e Guilherme) e Marisol (Srs. Vicente e Giuliano).
Para conferir mais detalhes, acesse o extrato da plenária realizada em 09/05/2016 na ACIJS-Jaraguá do Sul, que lotou o auditório, a ponto de alguns presentes expressarem “nunca dantes”.
Relevância do Tema:
No Brasil, as empresas familiares representam 90% dos 300 maiores grupos nacionais privados (SOUZA-SILVA, FISCHER, DAVEL, 1999), empregam mais de 60% da força de trabalho (LEITE, 2000) e possuem importância histórica no desenvolvimento do capitalismo até os dias atuais (MATLAY, 2002; FLORES-JR e GRISCI, 2012). Essas empresas surgiram no Brasil logo após o país ser descoberto por Portugal, com as capitanias hereditárias no início do século XVI, com o objetivo de colonizar o território (OESTERREICH, 2006).
Nota:
(****) Conhecimento tácito: conhecimento implícito, “a parte do iceberg que está debaixo da água”. Trata-se do “jeitinho” de ser, pensar, agir e reagir. É essencialmente procedural e intuitivo. Para acessá-lo, é necessário conviver com o detentor desse conhecimento, pois “nós sabemos mais do que podemos expressar” (POLANYI, 1958).
Pós Doutorado: Reflexões Avançadas sobre Sucessão e Intuição em Negócios Familiares
(**) PÓS-DOUTORADO
DA SILVA NETO, Emílio. Conhecimento tácito e negócios familiares: um estudo de casos múltiplos. Instituto Politécnico de Porto, Mamede de Infesta, Portugal, 2023.
Resumo da Publicação
(Acesse aqui):
Este estudo tem como objetivo compreender como ocorre o compartilhamento de conhecimento tácito durante o processo de sucessão da gestão empresarial em grandes empresas familiares da cidade de Jaraguá do Sul, Estado de Santa Catarina, Brasil. A pesquisa foi realizada com base em entrevistas com os líderes dessas empresas e análise de documentos internos.
Os resultados indicam que as empresas estudadas têm práticas de compartilhamento de conhecimento tácito por meio de convivência intensa (empresa-casa-família), mentoria, treinamento e trabalho em equipe, mas ainda há espaço para melhorias. As implicações teóricas destacam a importância do compartilhamento de conhecimento tácito para o sucesso da sucessão empresarial. As implicações práticas sugerem a necessidade de desenvolver estratégias para aprimorar as práticas de compartilhamento de conhecimento tácito nas empresas familiares.
As implicações sociais apontam para a necessidade de considerar a relevância da sucessão empresarial para a continuidade e o desenvolvimento das empresas familiares, contribuindo para a economia local.
DA SILVA NETO, Emílio. Intuição como catalisador do empreendedorismo. Instituto Politécnico de Porto, Mamede de Infesta, Portugal, 2023.
Resumo da Publicação
(Acesse aqui):
Este artigo tem como objetivo evidenciar como o poder da intuição pode contribuir para a mobilização empreendedora e investigar a eficácia dessa capacidade humana, ainda pouco explorada teoricamente e subutilizada na prática.
A pesquisa se baseia em extensa revisão bibliográfica, documentos históricos e entrevistas realizadas com empresários de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, Brasil. Os resultados indicam que os entrevistados utilizam a intuição de forma significativa, desde a concepção inicial do negócio até o desenvolvimento, resolução de problemas e busca por soluções inovadoras frente às inconsistências do ambiente socioeconômico brasileiro.
As implicações teóricas destacam a importância da intuição na ação empreendedora. Praticamente, recomenda-se atenção a pensamentos intuitivos ainda não fundamentados, mas com potencial de transformar sonhos e metas em negócios reais. Socialmente, ressalta-se o papel da intuição na continuidade e desenvolvimento de empresas familiares, impactando a economia local.
Vivência Pessoal e Profissional
Na esfera pessoal, possui uma trajetória marcante nos âmbitos individual, familiar e profissional, destacando-se como acadêmico, executivo e empresário na área de sucessão empresarial familiar.
Nascido em uma família industrial, lojista e hoteleira de destaque em Florianópolis/SC até a década de 1960 (Grupo Oscar Cardoso: Fábrica de Confecções Distincta, Lojas A Capital e Oscar Palace Hotel), cresceu em um ambiente de “família empresária”. Esse contexto, caracterizado pela sobreposição de dois subsistemas distintos – a família, emocional, e os negócios, racionais –, sempre foi de alta vulnerabilidade.
Desde a infância, conviveu de perto com a fábrica do avô materno, Oscar Cardoso, presenciando frequentes e intensas desavenças familiares entre seus pais e tios, decorrentes de uma sucessão empresarial “mal conduzida”. Diante desse ambiente inóspito, decidiu se afastar e tomar um caminho inverso ao de muitos universitários, saindo da capital e mudando-se para a região norte do estado de Santa Catarina, uma área de forte vocação industrial. Poucos anos depois, o grupo empresarial Oscar Cardoso entrou em colapso financeiro.
Já no cargo de Diretor-Superintendente da WEG Acionamentos, participou do processo sucessório do Grupo WEG. Esse processo envolveu a transição da primeira geração (Werner Voigt, Eggon João da Silva e Geraldo Werninghaus) para a segunda geração (Décio da Silva). Sob a coordenação de uma consultoria externa, com base em entrevistas estruturadas com executivos de primeiro e segundo escalões, o processo foi concluído com sucesso em abril de 1989. Na ocasião, Décio da Silva assumiu o cargo de Diretor-Presidente Executivo, enquanto Eggon João da Silva tornou-se Presidente do Conselho de Administração do Grupo WEG.
Em 1983, contraiu matrimônio com a filha de um dos maiores empresários de Jaraguá do Sul, fundador da Urbano Agroindustrial, o que o levou a viver novamente em um ambiente empreendedor familiar, também em fase de sucessão empresarial, que se estendeu até 1992.
Em 1985, enquanto ainda era executivo da WEG, fundou, em sociedade com sua então esposa, Márcia, a empresa Arco-Íris Alimentos Ltda. O processo de sucessão dessa empresa, iniciado em 1998, foi concluído em 15 de junho de 2023, com a assunção integral da gestão executiva pela segunda geração familiar, representada por sua filha, Larissa, engenheira de alimentos.
Distinções
- Orador na Colação de Grau dos Engenheiros Civis, Mecânicos e Eletricistas de dezembro de 1975, na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC.
- Primeiro classificado na Colação de Grau dos Engenheiros Mecânicos de dezembro de 1975, da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC.
- Contemplado com os seguintes lauréis, em dezembro de 1975:
- Medalha de Ouro de HONRA AO MÉRITO
- Diploma de MÉRITO UNIVERSITÁRIO
- Prêmio METAL LEVE
- Prêmio FIESC (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina)
- Complementação do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, na Área de Fabricação, com Índice Global máximo (conceito “A” em todas as disciplinas cursadas), na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC, 1978.
- Paraninfo na Colação de Grau dos Engenheiros Mecânicos de dezembro de 1978, na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC.
- Paraninfo na Colação de Grau dos Engenheiros Mecânicos de julho de 1979, na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC.
- Nome de Turma na Colação de Grau dos Engenheiros Mecânicos de dezembro de 1979, na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC.
- Paraninfo na Colação de Grau dos Engenheiros Mecânicos de julho de 1980, na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC.
- Primeiro classificado no Concurso Vestibular para o ingresso no Curso de Economia da Fundação Educacional da Região de Joinville (ex-FURJ, hoje PUC-UNERJ), Seção de Jaraguá do Sul, em janeiro de 1982.
- Orador na Solenidade de comemoração do Jubileu de Prata da Fundação do Grupo Empresarial WEG, em nome dos quase 7.000 funcionários, em 1986, em Jaraguá do Sul/SC.
- Indicado e nomeado, pelo Sr. Prefeito Municipal, Vice-Presidente da Fundação Educacional da Região de Jaraguá do Sul/SC (atual PUC-UNERJ), em 1986, para o período 1986-1987.
- Complementação do Curso de Pós-Graduação em Administração com conceito máximo “A” em seis disciplinas cursadas, num total de oito, na Escola Superior de Administração e Gerência (ESAG), dividindo com um colega o 1º lugar na turma de 60 alunos.
- Orador na Colação de Grau dos Pós-graduandos em Administração, de dezembro de 1987, da Escola Superior de Administração e Gerência (ESAG).
- Executivo da WEG, entre 1979 e 1992, onde teve carreira ascendente, da base ao topo: Engenheiro, Chefe de Seção, Gerente de Departamento, Diretor de Produção, Diretor Industrial e Diretor Superintendente.
- Empresário ex-Sócio da Fecial Agroindústria, onde levou a empresa da situação de fechamento total à condição de 2ª maior Fecularia de SC, entre 1992 e 1994.
- Empresário Sócio da Arco-Íris Alimentos, onde promoveu um crescimento de 20 vezes o faturamento entre 1994 e 2015.
- Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento (2012-2015), com os seguintes destaques: conceito ‘A’ em todas as disciplinas e agraciado com uma concorrida bolsa de estudos na Wiesbaden Business School na Alemanha (2012).
- Cidadão Húngaro, após longo e difícil processo de documentação, aulas e prova oral do idioma, no qual apenas 04 de 100 candidatos foram aprovados.
Curriculum Vitae
Formação Acadêmica:
- M.Sc. em Engenharia Mecânica
- Pós-Graduação em Administração de Empresas
- MBA em Gestão de Pesquisa e Desenvolvimento
- MBA em Gerência Executiva Internacional
- MBA em Engenharia de Segurança do Trabalho
- Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Tese: “Compartilhamento do conhecimento tácito no processo de sucessão empresarial familiar”)
- Pós-Doutorado em Gestão do Conhecimento pela Porto Accounting and Business School (Portugal)
- Discente do Curso de Pós-Graduação da PUC-PR em Formação de Conselheiros de Administração
Experiência Profissional:
- Ex-Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
- Ex-Professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (UNERJ)
- Ex-Executivo (Diretor-Superintendente) da WEG Acionamentos Ltda.
- Sócio-Diretor Geral da Arco-Íris Alimentos Ltda.
- Professor-Colaborador da PUC-PR e Universidade Católica de Santa Catarina (SC)
Atividades Complementares:
- Palestrante Empresarial, Motivacional e Vocacional
- Escritor e Ator Teatral
- Coordenador de Grupos Informais (Caminhadas e Pedaladas)
- Turista de Aventuras Radicais
- Pensador “Full Time” e Filósofo “360º”
Dados Pessoais:
- Nascimento: 1953, em Florianópolis/SC, a 100 passos da Catedral Metropolitana
- Naturalizado jaraguaense (Jaraguá do Sul/SC) desde 1971
- Casado entre 1983 e 2023 com Márcia Inês Franzner
- Pais de dois filhos engenheiros:
- Larissa (Engenheira de Alimentos, PUC-PR, MBA em Gestão de Negócios, Sucessora)
- Janos (Engenheiro Mecânico, UFSC-Florianópolis, M.Sc. em Engenharia Mecânica, Executivo de Vendas WEG Eólica)
- Avô de quatro netos: Vittorio (15.02.2019), Louise (12.02.2020), Filippo (29.09.2022) e Liz (30.09.2022)